O pastor é um poema-canção em forma de diálogo, com perguntas e respostas.
A entoação que damos a umas e a outras, quando falamos, é óbvia.
Experimenta representar o diálogo do poema com outra pessoa, como numa cena teatral, ou de um filme.
Agora que já ensaiaste o diálogo livremente, como numa conversa, vamos passar a um plano mais musical, poesia com ritmo.
Tenta dizer o diálogo no ritmo da canção.
Aqui está a base de que precisas:
Vamos agora passar ao plano da melodia?
Tratando-se de pôr as palavras deste diálogo em música, surge a questão: como é que, musicalmente, e sem os óbvios sinais de interrogação (?), como podemos fazer uma frase musical soar como uma interrogação?
Para teres uma ideia de como é que a compositora da melodia da canção resolveu esta questão, ouve cada uma das frases abaixo e diz quais delas te soam mais como perguntas... 1, 2, 3?
A última melodia (ex. 3) foi aquela que não te deixou pendurado?
Aí tens a resposta.
Se tiveres curiosidade, observa a escrita das notas (na pauta musical) e descobre o que têm em comum as notas finais das frases.
Compara as que correspondem a perguntas (nos sinais de interrogação) com as que correspondem às respostas (nos pontos).
Quais acabam com sons mais graves (em posição mais abaixo nas linhas da pauta)? (A "resposta" é simples.)
Ouvir coisas repetidas pode ser uma maçada... a não ser que com isso façamos música!
Não acreditas? Vamos experimentar.
Primeiro é preciso dividir os cantores em dois grupos.
Uma parte do grupo começa primeiro e a outra metade segue-os fazendo eco de tudo o que ouvirem cantar. (Chamamos a isto um cânone.)
Consegues seguir a tua própria voz sem te perderes nas vozes do outro grupo?
Aqui está uma amostra do que vai acontecer:
Quando estiver ensaiado o cânone, podem cantar acompanhados pela versão completa do arranjo, assim:
- Pastor, pastorinho,
onde vais sozinho?
- Vou àquela serra
buscar uma ovelha.
- Porque vais sozinho,
pastor, pastorinho?
- Não tenho ninguém
que me queira bem.
- Não tens um amigo?
Deixa-me ir contigo.