O corpo também ouve: ouvir primeiramente toda a canção várias vezes, através de recurso áudio, explorando a sua forma musical através de movimento corporal, fazendo associar a este a aprendizagem de diferentes e contrastantes características rítmicas e expressivas: coreografias com diferentes problemas rítmicos e expressivos para diferentes secções (V. Forma):
Intro: em roda parada e de mãos dadas – balançando braços no tempo;
A: emparelhar – dois frente a frente, desenhar gestos largos e expressivos que descrevam movimento frásico da música, em espelho: - trocar de par nas diferentes estrofes;
Interlúdio: desemparelhar - andar pela sala com passo longo (tempo = unidade de compasso):
Refrão: em roda de mãos dadas – andar ao tempo de semínima fazendo rodar o círculo para a direita e depois esquerda, em ciclos de 4 compassos: 4 para um lado; 4 para outro;
Coda: em roda parada e de mãos dadas – balançando os braços no tempo até ficarem sentados no chão com braços estendidos na direção do centro da roda.
Cantar a canção aprendendo-a por partes, depois de ouvir várias vezes a totalidade de cada secção, pelo professor:
Preparação de B
Alternar atividade anterior com jogos frásicos rítmicos e percussivos (cantos rítmicos e/ou percussão corporal), evocando atmosferas, balanços e características expressivas do refrão:
1) Introduzir sílabas do seu texto e reproduzir em eco ou em pergunta-resposta motivos prosódicos;
2) Sugerir e criar individualmente ou em grupo ostinatos rítmicos com palavras do refrão:
- engajando-os musicalmente de forma a criar textura percussiva/tema único (V. Ex 2);
- usando tema anterior como refrão, intercalando-o com secções improvisadas a solo, em forma Rondó, por ex (ABACA ou ABACADA; etc ....).
B: ouvir todo o refrão com melodia; ouvir e reproduzir prosodicamente por partes usando texto da canção sem melodia e associando de seguida melodia; juntar sequencialmente as partes até reproduzir por memória todo o excerto com ritmo, melodia e letra.
- Diferenciar final de último refrão, resolvendo para a tónica, dos anteriores, que ficam em suspensão.
Interpretar
Cantar todo o tema com acompanhamento (professor ou áudio), em coro.
- O grupo deve ser capaz de ouvir o acompanhamento instrumental, sintonizando-se com ele;
- Organizar solistas para cada estrofe, mantendo o coro no refrão. Interpretar de novo, procurando sempre a melhor qualidade de som de cada um e entre todos: afinação, articulação, timbre, balanço, expressão.
Aplicando conhecimentos: trabalhar posteriormente interlúdios instrumentais, organizando, discutindo e apresentando opções em contexto de trabalho de grupo – através de improvisação e/ou composição:
Em situações curriculares oportunas, nomeadamente quando existe ensino instrumental – para além da flauta de Bisel e instrumentos Orff –, aconselha-se a utilizar os instrumentos próprios/de cada aluno, trabalhando também aqui em grupo. É pertinente que cada um ‘tire’ de ouvido toda a melodia da canção (A e B), antes de fazer as atividades anteriores. Dar um tempo determinado na aula (ou eventualmente em casa) para tal. O mesmo se aplica aos casos em que existe aprendizagem de flauta de Bisel e instrumentos Orff.
Por fim, sendo uma canção de ritual de abertura
O tema, uma vez assimilado, pode constituir o momento de abertura de todas as aulas, durante um período escolar, por exemplo – uma espécie de ‘genérico’ que identifica e celebriza o momento letivo. Deve possibilitar que os solistas de voz e instrumento rodem e alternem de tarefas, de forma a que cada um possa desempenhar todos os papéis de interpretação possíveis.
Sobre bossa nova: sua história, contexto; seus sons: temas, instrumentos e representantes.
Sobre música cantada e improvisada: no jazz, na música tradicional, na história, no mundo.
Sobre o Ukulele: sua origem e semelhanças com outros instrumentos; reportório musical, etc
Sobre a autora: seus sons e histórias; porque lhe chamam a palavrúsica?
Sobre mulheres compositoras e intérpretes: em Portugal e no mundo.
Nota: A organização e sequência das atividades de aprendizagem aqui sugeridas e elaboradas por Helena Caspurro, sustenta-se no princípio da Teoria da Gestalt: Todo-Parte-Todo.
Todo o dia vem para a tarde
e a tarde também tem a noite
que é o dia que adormece...
Digo olá a toda a gente
E o coração que sente diz:
cocúli-coculi!
Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá
Cocu-culi, culi-colá...
Toda a tarde tem o dia, tem a noite, a manhã
Tem o sol que a melancolia entorpece
Tem a chuva que é matreira ...ou não,
Tem o chão que a voz aquece
E diz...: cocúli-coculi!
Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá
Cocu-culi, culi-colá...
Neste dia que faz tarde
Para te cantar também
que na noite se faz dia e acontece.
Este som, esta magia, esta voz que o canto tece
E diz...: cocúli-coculi!!!
Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá
Cocu-culi, culi-colá...