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Autor

Coculi

Canção escrita e composta para o Cantar Mais por Helena Caspurro. A letra evoca Coculi que, não tendo significado, vale pelo seu desenho sonoro e fonético, fazendo-nos brincar com jogos de acentuações e terminações: cocúli, culi, culá... Para a autora, faz imaginar alegria uma vez que não é possível cantar tal palavra sem que se esboce um sorriso de orelha a orelha. Por estas razões, Coculi representa o canto do coração, que merece ser celebrado e partilhado todos os dias, anunciando dia bom e boas-vindas.
Existe uma aldeia na ilha de Santo Antão, Cabo Verde, que se chama Coculi – Kuklí no alfabeto autóctone – onde a autora se inspirou.

Ouvir

 

O corpo também ouve: ouvir primeiramente toda a canção várias vezes, através de recurso áudio, explorando a sua forma musical através de movimento corporal, fazendo associar a este a aprendizagem de diferentes e contrastantes características rítmicas e expressivas: coreografias com diferentes problemas rítmicos e expressivos para diferentes secções (V. Forma):

  • Reproduzir sugestões dadas pelo professor;
  • Memorizar e fazer sem ajuda;
  • Inventar outras coreografias em grupo (a atividade também pode começar por aqui, sendo um desafio maior para os alunos).

 

Exemplo 1

 

Intro: em roda parada e de mãos dadas – balançando braços no tempo;

A: emparelhar – dois frente a frente, desenhar gestos largos e expressivos que descrevam movimento frásico da música, em espelho: - trocar de par nas diferentes estrofes;

Interlúdio: desemparelhar  - andar pela sala com passo longo (tempo = unidade de compasso):

  • usando lenços que permitam exprimir desejos de movimento musical, motivos, sentidos por cada um;
  • explorando reprodução dos motivos percutidos pela voz solista;
  • regressando ao lugar inicial da roda, antecipando fim desta secção e início do refrão.

Refrão: em roda de mãos dadas – andar ao tempo de semínima fazendo rodar o círculo para a direita e depois esquerda, em ciclos de 4 compassos: 4 para um lado; 4 para outro;

  • na repetição fazer o mesmo indo ao centro da roda e voltando, de igual modo, ou:
  • ou fazer jogo de percussão em par com as mãos e joelhos (a qualidade do peso de cada um dos 4 tempos deve ser tida em consideração. Por exemplo, o tempo forte deverá ser percutido acompanhando centro de gravidade – com as mãos nos joelhos, enquanto que os outros nas palmas (sua e do par);

Coda: em roda parada e de mãos dadas – balançando os braços no tempo até ficarem sentados no chão com braços estendidos na direção do centro da roda.

 

Fazer 

 

Cantar a canção aprendendo-a por partes, depois de ouvir várias vezes a totalidade de cada secção, pelo professor:

  • A: ouvir toda a estrofe; ouvir e reproduzir partes; juntar sequencialmente as partes até reproduzir por memória toda a estrofe (fazer em sílaba neutra e depois com texto);
  • Jogos frásicos: cantar em eco pequenos motivos frásicos (2 compassos) entoados pelo professor, mantendo atmosfera melódica da canção e dando enfoque aos saltos de 3ª menor determinados pelas Blue Notes (Fá- Láb; Dó-Mib):
  1. Reproduzir sugestões dadas pelo professor (resposta em eco);
  2. Criar e improvisar respostas a perguntas dadas pelo professor (pergunta-resposta);
  3. Criar e improvisar frases e conjuntos de frases cada vez mais longos (4, 8 compassos), até corresponderem à quadratura métrica da estrofe.

 

Preparação de B

 

Alternar atividade anterior com jogos frásicos rítmicos e percussivos (cantos rítmicos e/ou percussão corporal), evocando atmosferas, balanços e características expressivas do refrão:

1) Introduzir sílabas do seu texto e reproduzir em eco ou em pergunta-resposta motivos prosódicos;

2) Sugerir e criar individualmente ou em grupo ostinatos rítmicos com palavras do refrão:

- engajando-os musicalmente de forma a criar textura percussiva/tema único (V. Ex 2);

- usando tema anterior como refrão,  intercalando-o com secções improvisadas a solo, em forma Rondó, por ex (ABACA ou ABACADA; etc ....).

 

Exemplo 2

 

B: ouvir todo o refrão com melodia; ouvir e reproduzir prosodicamente por partes usando texto da canção sem melodia e associando de seguida melodia; juntar sequencialmente as partes até reproduzir por memória todo o excerto com ritmo, melodia e letra.

- Diferenciar final de último refrão, resolvendo para a tónica, dos anteriores, que ficam em suspensão.

 

Interpretar

 

Cantar todo o tema com acompanhamento (professor ou áudio), em coro.

- O grupo deve ser capaz de ouvir o acompanhamento instrumental, sintonizando-se com ele;

- Organizar solistas para cada estrofe, mantendo o coro no refrão. Interpretar de novo, procurando sempre a melhor qualidade de som de cada um e entre todos: afinação, articulação, timbre, balanço, expressão.

 

Criar

 

Aplicando conhecimentos: trabalhar posteriormente interlúdios instrumentais, organizando, discutindo e apresentando opções em contexto de trabalho de grupo – através de improvisação e/ou composição: 

  1. Com instrumentos de altura indeterminada, procurando sobretudo efeitos e atmosferas sonoras interessantes; discutir sobre timbres a utilizar e porquê, questões de expressão, etc. em função das características do tema;
  2. Depois com instrumentos de altura determinada, tirando partido da escala pentatónica de Fá maior e, posteriormente, da diatónica.

Em situações curriculares oportunas, nomeadamente quando existe ensino instrumental – para além da flauta de Bisel e instrumentos Orff –, aconselha-se a utilizar os instrumentos próprios/de cada aluno, trabalhando também aqui em grupo. É pertinente que cada um ‘tire’ de ouvido toda a melodia da canção (A e B), antes de fazer as atividades anteriores. Dar um tempo determinado na aula (ou eventualmente em casa) para tal. O mesmo se aplica aos casos em que existe aprendizagem de flauta de Bisel e instrumentos Orff.

 

Por fim, sendo uma canção de ritual de abertura

O tema, uma vez assimilado, pode constituir o momento de abertura de todas as aulas, durante um período escolar, por exemplo – uma espécie de ‘genérico’ que identifica e celebriza o momento letivo. Deve possibilitar que os solistas de voz e instrumento rodem e alternem de tarefas, de forma a que cada um possa desempenhar todos os papéis de interpretação possíveis. 

 

Saber mais

 

Sobre bossa nova: sua história, contexto; seus sons: temas, instrumentos e representantes.

Sobre música cantada e improvisada: no jazz, na música tradicional, na história, no mundo.

Sobre o Ukulele: sua origem e semelhanças com outros instrumentos; reportório musical, etc

Sobre a autora: seus sons e histórias; porque lhe chamam a palavrúsica?

Sobre mulheres compositoras e intérpretes: em Portugal e no mundo.

 

Nota: A organização e sequência das atividades de aprendizagem aqui sugeridas e elaboradas por Helena Caspurro, sustenta-se no princípio da Teoria da Gestalt: Todo-Parte-Todo.

Ficha da canção
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Pauta
Letra

Coculi

 

Todo o dia vem para a tarde

e a tarde também tem a noite

que é o dia que adormece...            

Digo olá a toda a gente

E o coração que sente diz:

cocúli-coculi!

 

Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá

Cocu-culi, culi-colá...

 

Toda a tarde tem o dia, tem a noite, a manhã

Tem o sol que a melancolia entorpece 

Tem a chuva que é matreira ...ou não,                                

Tem o chão que a voz aquece

E diz...: cocúli-coculi!

 

Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá

Cocu-culi, culi-colá...

 

Neste dia que faz tarde 

Para te cantar também 

que na noite se faz dia e acontece.                                      

Este som, esta magia, esta voz que o canto tece

E diz...: cocúli-coculi!!!

 

Cocúli, culi-culi, cocúli-culi-colá

Cocu-culi, culi-colá...

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