Escutar aqui a versão cantada por Ana Moura numa mistura entre o fado e o flamenco.
Ouvir e reconhecer os instrumentos que tocam no fado. Neste caso, a formação tradicional composta por Guitarra Portuguesa, Baixo acústico e Guitarra.
Procurar distinguir e dialogar sobre características, tímbricas e de função musical, de cada um dos instrumentos.
1. Antes de cantar a canção, poder-se-ão realizar alguns exercícios de aquecimento vocal. (Consultar as orientações apresentadas em Aquecimento Vocal e Tutoriais.)
2. Criar um ambiente para a contextualização das canções. Por exemplo, fazer perguntas sobre a temática da canção, contar uma história, motivar as crianças para fazerem relatos ou debates sobre o tema, criar personagens, fazer mímicas, reinventar histórias, etc., integrando experiências multissensoriais.
3. Ensinar a letra da canção por imitação/reprodução de pequenas frases. Primeiro, poderá ser só com o texto, declamado expressivamente, e depois cantando. (Ver Estratégias e técnicas para o ensino das canções). Deixamos algumas sugestões:
4. Utilizar a versão Rap apresentada a seguir para praticar e aprender a métrica da canção dizendo o texto de uma forma associada ao estilo, ou seja, sem a melodia convencional. Nos interlúdios, acompanhar a canção, batendo palmas, como se ouve na versão.
Foi no domingo passado que passei
À casa onde vivia a Mariquinhas
Mas está tudo tão mudado
Que não vi em nenhum lado
As tais janelas que tinham tabuinhas
Do rés-do-chão ao telhado
Não vi nada, nada, nada
Que pudesse recordar-me a Mariquinhas
E há um vidro pregado e azulado
Onde havia as tabuinhas
Entrei e onde era a sala agora está
À secretária um sujeito que é lingrinhas
Mas não vi colchas com barra
Nem viola nem guitarra
Nem espreitadelas furtivas das vizinhas
O tempo cravou a garra
Na alma daquela casa
Onde às vezes petiscávamos sardinhas
Quando em noites de guitarra e de farra
Estava alegre a Mariquinhas
As janelas tão garridas que ficavam
Com cortinados de chita às pintinhas
Perderam de todo a graça
Porque é hoje uma vidraça
Com cercaduras de lata às voltinhas
E lá pra dentro quem passa
Hoje é pra ir ao penhor
Entregar ao usurário umas coisinhas
Pois chega a esta desgraça toda a graça
Da casa da Mariquinhas
Pra terem feito da casa o que fizeram
Melhor fora que a mandassem pras alminhas
Pois ser casa de penhores
O que foi viveiro de amores
É ideia que não cabe cá nas minhas
Recordações do calor
E das saudades do gosto que eu vou procurar esquecer
Numas ginjinhas
Pois dar de beber à dor é o melhor
Já dizia Mariquinhas
Pois dar beber à dor é o melhor
Já dizia a Mariquinhas