A melodia está na tonalidade de Ré M e tem um âmbito de 8ª Perfeita [Lá 2 - Lá 3].
Com um gesto inicial característico no início de cada estrofe (entrada em anacruse com intervalo de 4ª P), move-se maioritariamente por graus conjuntos.
A melodia está escrita no compasso 9/8, ternário de tempos de divisão ternária.
Tem frases rítmicas muito semelhantes, separadas por uma pausa, em que se destaca a célula [semínima + colcheia].
O andamento é moderado (Moderato), sem variações.
Forma binária (AB).
A melodia divide-se em duas partes que se repetem (A = ab, B = cd). Os antecedentes de cada frase são separados de pausas dos consequentes. O conjunto ABAB é cantado três vezes, já que a canção tem três estrofes.
O arranjo segue o plano formal seguinte: Introd. ABAB Interl. ABAB Interl. ABAB Coda.
A melodia da canção é cantada três vezes, antecedida de momentos instrumentais (introdução e interlúdios).
O arranjo está construído sobre uma nota pedal (tónica) executada pelas cordas (Contrabaixos). A instrumentação inclui ainda uma Harpa (melodia), Contrabaixo, Violoncelo (pizzicato) e percussão tradicional (caixa de rufo, cabaça, triângulo). O suporte harmónico, que se desenvolve sobre uma nota pedal constante, é constituído por intervalos de terceira acompanhando o movimento da melodia, característicos deste tipo de canção alentejana, quando cantada a cappella.
Oh rama, oh que linda rama,
Oh rama da oliveira!
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda inteira.
Que anda aqui na roda inteira,
Aqui e em qualquer lugar.
Oh rama, oh que linda rama,
Oh rama do olival!
Eu gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu.
Se houvera quem m'ensinara,
Quem aprendia era eu!
Não m'invejo de quem tem
Parelhas, éguas e montes;
Só m'invejo de quem bebe
A água em todas as fontes.
Fui à fonte beber água,
Encontrei um ramo verde;
Quem o perdeu tinha amores,
Quem o achou tinha sede.
Debaixo da oliveira
Não se pode namorar;
A folha é miudinha,
Deixa passar o luar.