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Autor

Velha fábula em bossa nova

Composição de José Tiago Baptista, sobre um poema de Alexandre O'Neill, canção premiada com o 1º lugar no 4.º Concurso de Composição de Canções para Crianças (2017), promovido pela Associação Portuguesa de Educação Musical e apoiado pelo INATEL.

 

Acerca desta canção, diz-nos o autor da música:

 

Todos nós conhecemos a fábula da “Cigarra e da Formiga”, história infantil que passa de geração em geração, com uma moral sobre o trabalho e a necessidade de nos ampararmos para os tempos difíceis.

O poema de Alexandre O’Neill apresenta-nos uma outra visão: o direito à diferença. Vivemos numa sociedade de “formiguinhas”, onde o trabalho e os “tostões” acumulados individualmente são um elemento essencial para o status social; vivemos num mundo onde impera a vontade da maioria, das “formiguinhas”; onde a cigarra é vista com desapreço e apelidada de malandra.

O’Neill, neste poema infantil, deixa-nos uma outra moral:

“Assim devera eu ser

se não fora não

querer

 

(– Obrigado, formiga!

Mas a palha não cabe

onde você sabe...)”

 

Musicalmente, pretendi dar um carácter brincalhão à obra, enfatizando dessa forma a ironia do poema: um carácter gingão; ritmos de divisão ternária; harmonia modal com diferentes sensibilizações; repetições por terceiras e sequências melódicas.

Durante a obra destaquei alguns curtos momentos, apresentando material novo e díspar da restante peça, como o “azinha, azinha, azinha” ou “ ao trabalho”.

 

Intérpretes:

Eduardo Machado e Marcelo Ricardo (Marimbas)

Eduarda Ferreira (Voz)

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Voz e acomp.
Acompanhamento
Melodia e acomp.
Pauta
Análise musical da canção

Sobre esta composição, escreveu o autor da música:

 

"Musicalmente pretendi dar um carácter brincalhão à obra, enfatizando dessa forma a ironia do poema: um carácter gingão; ritmos de divisão ternária; harmonia modal com diferentes sensibilizações; repetições por terceiras e sequencias melódicas. Durante a obra destaquei alguns curtos momentos, apresentando material novo e díspar da restante peça, como o “azinha, azinha, azinha” ou “ ao trabalho”.

 

Características melódicas

 

A melodia desenvolve-se a partir da tonalidade de FáM com modulações a outros tonalidades/modos.

Tem um âmbito de 8ª [Ré 3 – Ré 4] e é constituída por uma diversidade de intervalos melódicos, incluindo: 2ª (m e M), 3ª (m e M) e 4ª (P e Aumentada),  5ª P e 6ª M.

A parte A desenvolve-se a partir do arpejo descendente sobre as notas do acorde da tónica. Na parte B e respetivas variações, há modulações, nomeadamente à relativa menor.

A peça termina retomando a centralidade do arpejo na tonalidade inicial.

 

Características rítmicas

 

A escrita da melodia é quase sempre em compassos de divisão ternária (6/8, 9/8, 12/8), com uma exceção, um breve momento contrastante em 5/4, com a acentuação do tempo em subdivisão binária.

O ritmo é silábico, com uma estreita ligação com a prosódia do texto, com predominância das colcheias e semínimas pontuadas.

O andamento é Allegro (semínima pontuada = 56).

 

Forma

 

Podemos distinguir uma forma ternária (A B A), com variações do material musical (A B B' B'' A').

 

Arranjo/Instrumentação

 

A canção é acompanhada instrumentalmente por duas marimbas.

A alternância entre a voz e pequenos interlúdios instrumentais concretiza-se da seguinte forma:

Introdução | A | Interlúdio| B | Interl.| B'| Interl.| B''| Interl. | A' ||

 

Partitura completa da canção

Aqui pode obter a partitura completa desta e de outras canções publicadas na Separata da Revista Portuguesa de Educação Musical.

 

Ficha da canção
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Pauta
Letra

Velha fábula em bossa nova

 

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha...
...azinha azinha

azinha azinha

azinha azinha.

 

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

 

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

 

Assim devera eu ser
se não fora
não querer.

 

(– Obrigado, formiga!
Mas a palha não cabe
onde você sabe…)

TAGS
O'Neill, Baptista, marimba, animais, formiga
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