A melodia está na tonalidade de Dó M e tem um âmbito de 10ª Maior [Sol 2 – Si 3].
É constituída por notas repetidas e por intervalos melódicos de 2ª (m e M), 3ª (m e M) e 4ª P, 5ª P e 7ª menor.
A melodia divide-se de forma assimétrica (2 + 2 + 1 + 1 + 2 compassos), sendo cantada por solista – que no Cante Alentejano se chama “ponto” e que normalmente começa a cantar sozinho - e repetida, com variação no início de frase (variação rítmica e canto à 3ª superior do início da 1ª frase), por outro solista – que no Cante Alentejano se chama “alto” - ao qual se junta o coro.
A melodia está escrita no compasso 4/4, quaternário de tempos de divisão binária.
O ritmo é silábico, na forma como está escrito, mas são feitas inflexões melismáticas, ao estilo do Cante. Está escrita em colcheias e semínimas, com entradas em anacruse, mínimas pontuadas nos finais de frases e algumas células de [colcheia com ponto de aumentação + semicolcheia]. Há também figuras sincopadas na repetição da frases (“inveja” e “lá vai”).
O andamento é moderado (Andante), sem variações.
A canção tem uma só frase (A), que se divide de forma assimétrica (2 + 2 + 1 +1 + 2 compassos), em motivos diferentes (abcde). É cantada pelo “ponto” (A) e repetida duas vezes (A’A’), com variação no início da melodia (a’bcde) cantado pelo “alto” (a’), ao que se segue o coro (bcde).
A canção tem duas estrofes, na parte A, cantada pelo 1º solista, tendo A’ sempre o mesmo texto.
Tem um plano formal AA’A’ AA’A’.
O arranjo segue o plano formal seguinte: Introdução A A’ A’ A A’ A’ .
Apesar da tradição do Cante ser na sua origem só vocal, apresenta-se aqui acompanhado pela viola campaniça com uma introdução de 4 compassos a solo e acompanhando toda a canção.
Mocinhos em cante - Gravado por Gilberto Costa e Celestino Dias no auditório da Ovibeja.
Viola campaniça por Paulo Colaço - Gravado por Gilberto Costa no Conservatório de música de Beja.
Misturado e masterizado por Gilberto Costa.
Edição de partituras e vídeo por Carlos Gomes.
Eu hei de ir, hei de ir.
Eu hei de ir andando.
Tu hás de ficar,
Tu hás de ficar,
Em casa chorando.
Castelo de Beja,
Subindo lá vais.
Tu metes inveja,
Castelo de Beja,
Às Águias reais.
Às Águias reais,
Tu metes inveja.
Subindo lá vais,
Subindo lá vais,
Castelo de Beja.
Minha terra é Beja,
Não posso negar.
Todos me conhecem,
Todos me conhecem,
Pelo meu cantar.